domingo, 17 de maio de 2009

Não sei

Gostaria de chorar agora, mas não vou.
Para quê deixar que o vento seque minhas lágrimas, deixando uma impressão secreta e àspera na minha bochecha.
A dor em mim não conhece voz, só silêncio.
Ela se expressa com palavras e frases.
A lágrima é, para mim, uma expressão fútil. E por isso, não me interesso em derrama-la.
Talvez também, porque a lágrima é a consciência.
Não quero ter a consciência do que me machuca.
Por mais que doa, sem consciência não parece tão real.
O sonho que eu tive hoje, foi tão doloroso.
Nele você me desprezava.
Foi estranho acordar do seu lado, me deixou confuso.
Quis te contar, mas você dormia.
Agora não sei se deveria ter dito algo, mas não importa.
O passado não se muda.
Os fragmentos de dor espalhados parecem brilhar na escuridão do meu quarto.
Brilham tanto que não consigo dormir.
Brilham tanto que não consigo me distrair.
O que eu sou para você, afinal?
Quero algo teu, uma palavra ou um gesto, que apague esta luz.
E lá vou eu, necessitando de ti para me dar paz.
E lá vou eu, necessitando de ti.
Chega.
É por isso que lágrimas não devem ser derramadas.
A derrota não pode ser admitida.
Se a realidade dói, ela necessita ser modificada.
Não quero e não vou chorar por ti.
Quero apenas dormir.
Por favor, me deixa só dormir.
E nem em sonhos, por um segundo, quero pensar em ti.