Sou marinheiro do meu oceano de identidades.
E ao chegar em cada porto, me apaixono por mim mesmo.
Me torno minha própria namorada.
As vezes, eu penso em me casar. Ser um só eu, em um só porto desta minha alma.
Mas no fundo, sei que só posso ser fiél ao mar.
E por isso, sempre me abandono. E descubro-me de novo, em outro porto.
Um novo eu, para namorar. E também para deixar.
Tudo isso me cansa, mas não posso parar.
Sei que deus me criou para esse incessante navegar.